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SERÁ SEMPRE UMA ESPÉCIE DE PRÓLOGO
silêncio, a casa abandonada,
o olhar em fuga pelas paredes sem cal,
as vigas a céu aberto,
a cauda das estrelas,
os estalidos,
o chão sem fundo sobre o abismo da terra,
os antigos móveis que empilharam, em cujas gavetas
permanecem numa dignidade de aristocratas defuntos
as memórias e o caruncho,
o amor e a solidão absoluta
silêncio, sim.
a casa que deixámos decair, como se fosse,
por assim dizer, uma religião esquecida