Rua de Delft

Jan Vermeer, Rua de Delft, c. 1657-58

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RUA DE DELFT

algo de quase inocente ergue-se
nos tijolos de Delft e abre o olhar: sabemos
que deus se demora no vento, nas portadas em direção
aos pátios, nas cores quentes que acordam
os impercetíveis movimentos da casa

algo nos traz aqui, tu dirás
o sossego, as linhas seguras de Vermeer, a luz
humilde que tropeça na rua a esmo, acidental,
e eu direi o tempo ainda não perdido, o tempo intacto
de uma novíssima oração

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