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MEDITAÇÃO SOBRE O FIM DE AGOSTO
exaspera-me esta calma aparente. agosto quase no fim é um mês muito outro daquele que no começo me levava de azul em azul através do espaço. agora o céu é cinzento e a calma é superficial, como a véspera de alguma coisa que não se conhece bem. sei que os braços, e sobretudo a cabeça, me doem e pesam. é como se em vez de ar carregassem mágoas, ou pesadelos, ou a ameaça de uma morte. enerva-me a inexatidão dos sentidos. e por isso levanto-me e vou caminhar. também o coração se parece de chumbo. também ele me exaspera
30 de agosto de 2021